COMPOSTO "4 Rs" DAS RELAÇÕES PÚBLICAS PLENAS

COMPOSTO "4 Rs" DAS RELAÇÕES PÚBLICAS PLENAS

quinta-feira, 19 de setembro de 2013

ATÉ QUE ENFIM!


Saíram as Diretrizes Curriculares Nacionais de Relações Públicas. 

Estamos – ao lado de nossos colegas jornalistas – livres do jugo da agora falecida "Comunicação Social", conceito herdado da Igreja Católica e das instituições militares, e podemos finalmente empreender a nossa total e completa inserção na área de Negócios, como acontecia lá nos primórdios das relações públicas contemporâneas (década de 1950), com Edward Bernays, David Ogilvy, Bertrand Canfield e Whitacker Penteado Sr. – este um pioneiro brasileiro, ao lado de Manoel Maria de Vasconcellos, que atendeu ao primeiro curso de Relações Públicas no país, na Fundação Getulio Vargas, em 1953.

À recuperação do tempo perdido, pois! 

É como defende Marcelo Ficher, professor da Veiga de Almeida e coordenador do Observatório da Comunicação Institucional: “há alguns anos, venho defendendo uma partição diferente da atual para as especialidades em comunicação, agora corroborada pelo MEC; o Jornalismo, pela sua importância histórica, como pilar da democracia e da liberdade de expressão, não deve se misturar com a comunicação profissional a serviço dos negócios e no interesse de pessoas e organizações – a Propaganda e as Relações Públicas”.

E acrescento eu: 

Relações Públicas guardam uma peculiaridade que as distinguem – e muito – da Propaganda: a busca da harmonia (*) entre organizações, entre organizações e pessoas e, principalmente, entre o que se faz e o que se diz – algo que em tempos de (a) manifestações populares reivindicativas pelo mundo todo; (b) o alto nível de "exposure" consentido pelas pessoas nas redes sociais em busca de contato, aceitação e relacionamento; e (c) o uso dessas mesmas redes, e de seus recursos comunicacionais, pelas empresas, coloca "muito bem na foto" do mercado a nossa área, a qual opera as "relações" num contexto de transparência e verdade que as fazem mais legítimas se "públicas". Não conheço, de fato, nenhuma outra formação em ciências humanas ou sociais mais adequada ao presente e ao futuro da comunidade global.

O “Manifesto Sincrético: Relações Públicas e Administração” (Salvador, BA, 28/10/2012) deu-se na esteira de um Congresso Brasileiro de Administração. E não foi à toa que "emergiu". Explico: enquanto a maioria dos alunos da pós-graduação em Comunicação tem – incompreensivelmente – uma atitude "blasé" diante das Relações Públicas, área considerada por eles (publicitários e jornalistas em sua maioria) como uma espécie de "patinho feio" do campo da comunicação; nas turmas de pós-graduação em Gestão Empresarial e Marketing, onde estão alunos administradores, contadores, economistas, engenheiros de produção e da computação, a atenção e o interesse para com a nossa área é ENORME.

Tais perfis, eminentemente gerenciais, PERCEBEM a sutileza e a sofisticação de nosso trabalho transdisciplinar, enquanto as faculdades de comunicação prestam um desserviço e seguem fechando as turmas de Relações Públicas pelo Brasil afora, na contramão das demandas do presente e do futuro (vide a compra da CDN pelo Grupo ABC de Nizan Guanaes).

Os comunicólogos estão cada vez mais perdendo funções core nos negócios. Estão “na periferia” das decisões. Quem decide e faz acontecer – organizações, processos e pessoas – são outros profissionais, de formação tecnológica, hoje muito mais interessados em ouvir o que temos a dizer.

Por isso, aliás, a minha "guinada" para a Administração, a partir de 2008, com o livro sobre "Relações Públicas & Marketing: convergências entre Comunicação e Administração". Foi uma espécie de “volta para a casa”, uma vez que na fundação do bacharelado em RP no Brasil, estivemos “divididos” entre Administração e a recém-criada “Comunicação Social” – no afã do Governo Federal de então de controlar as informações. Até então, os relações-públicas registravam-se no Conselho Regional de Técnicos de Administração!

Ora, com a nossa "libertação" do jugo da “comunicologia”, qualquer escola de Negócios, de Administração, de Direito etc. poderá criar um curso de Relações Públicas independente. Nada de "ênfase", como é o caso de "RH" em Administração, ou "Comércio Exterior" em Relações Internacionais.

O que defendo é um curso independente, formando bacharéis em RP.

Profissionais para atuar nas demandas contemporâneas de empresas e instituições, as quais sintetizei, em 2012, no livro “A transparência é a alma do negócio” em “4 Rs”: reconhecimento em seu meio social, relacionamento com seus públicos-chave, relevância em seu segmento de mercado e gerenciamento de uma reputação. Não mais o bacharel em "Comunicação Social com habilitação em RP" – o MEC acaba de decidir isto oficialmente (D.O.U. de 12/09/2013).

Sigamos, pois, o nosso próprio caminho de independência e crescimento - uma oportunidade histórica, que não vai se repetir.

(*) “Toda profissão tem um propósito moral. A Medicina tem a Saúde. O Direito tem a Justiça. Relações Públicas têm a Harmonia – a harmonia social”. (Seib e Fitzpatrick, Public Relations Ethics, 1995). In SIMÕES, Roberto Porto. Informação, inteligência e utopia: contribuições à teoria de relações públicas. São Paulo, Summus, 2006.

quinta-feira, 12 de setembro de 2013

Aos "guerreiros da entropia", a mensagem de um "guerreiro da harmonia".


Caríssimos, de fato padeço de "excesso de otimismo" e, às vezes, acabo chamando a atenção por isso - quando o que busco é sempre a missão-mór da nossa carreira: trabalhar pela harmonia.

É que meu meio-copo está sempre meio-cheio quando se trata das causas em que acredito, até nos momentos sombrios. E foram muitos em quase 32 anos de formado. Já fui até cobrado judicialmente pelo Conrerp1 quando estava adimplente - e sem emprego!

Minha atividade de professor é um pouco responsável e, por outro lado, até se beneficia desta atitude.

Quantos estudantes já não procuraram seus professores querendo abandonar tudo e após uma ausculta, um gesto, um conselho, mantiveram a fé e hoje estão muito satisfeitos? Eu mesmo passei por isto e tive mestres - que sempre homenageio e agradeço - que reforçaram a crença na escolha por RRPP como opção de formação.

E é por este prisma, também, que vejo a área: muito mais como uma escolha de formação (que nos habilita a trabalhar em muitas funções nas organizações) que de "profissão", porque o designativo profissional "relações-públicas", diferente do resto do mundo, nunca "pegava" no mercado brasileiro...

... algo diferente do que está acontecendo no presente - um momento único (não vivi nada parecido) em que trata-se de RRPP do modo correto, com menos preconceito, para designar práticas universais da atividade (e mais algumas outras habilidades e competências incorporadas pela estatuto acadêmico no país para a área).

O Brasil há de compreender que em um mercado de comunicação maduro, não existe esta "jaboticaba" chamada "assessoria de imprensa" - algo até anti-ético quando um jornalista (como só aqui acontece) exerce as duas atividades concomitantemente.

O Brasil vai "globalizar-se" no nosso segmento e chamar de RP aquilo que o mundo todo chama de PR. E para as entidades todas - conselhos, associações, sindicatos, faculdades, think tanks, é vital que adotam o "agir" (pode ter "falação", claro, mas combinada com ação) e ocupem seu espaço de direito e de práticas (o segundo espaço é determinante), porque o mercado define mais que as leis.

E o mercado que detém o conhecimento estruturado, a formação e a oferta de perfis para os serviços exatos de que se precisa somos nós.

#RP_SOMOS_NÓS!

#RP_NELES!

#FAÇA_RELAÇÕES_PÚBLICAS_E_ACONTEÇA!

Minhas saudações públicas relacionais a todos!

OBS.: O post (texto acima) origina-se na notícia - de ontem - confirmando a compra do controle da CDN pelo Grupo ABC, de Nizan Guanaes. Na ocasião, Nizan Guanaes disse: "Relações Públicas é uma das coisas mais importantes que tem no mundo hoje", destacou o publicitário. Guanaes acredita que o crescimento da área nos próximos anos será "avassalador".

Um dos grandes nomes da comunicação no país - goste-se dele ou não - queria ter presença no mercado de prestação de serviços de relações públicas, compra a segunda operação do setor, e diz que agora está com o portfolio completo.

Aí, provoquei os colegas errepês do Facebook com o seguinte post: "Será que os guerreiros da entropia vão dar um descanso aos nossos olhos e ouvidos e parar de escrever e falar mal da escolha que fizeram? Tomara!

O texto acima foi em resposta àqueles que se incomodaram com meu otimismo inquebrantável.
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domingo, 8 de setembro de 2013

Marcondes Neto é eleito "profissional do ano" pelo certame do portal RP-Bahia.

MARCELLO CHAMUSCA escreveu, direto de Manaus, no Congresso da INTERCOM: 

"Na Cerimônia da Oitava Edição do Prêmio Relações Públicas do Brasil, realizada em Manaus, Amazonas, dia 3 de setembro de 2013, Manoel Marcondes Neto foi eleito o Relações Públicas do Brasil na categoria profissional de mercado, em júri popular, pela internet".

E EU RESPONDO: 

Que alegria, amigos! Que satisfação! Grato, Marcello Chamusca! Manter qualquer iniciativa - mesmo as meritórias, como o RP-Bahia e o Prêmio Relações Públicas do Brasil - por oito edições anuais neste país é um feito enorme e raro! Em primeiro lugar quero deixar marcada esta constatação e este meu reconhecimento a você. Parabéns!

Quanto a esta honraria - ser lembrado, e pelo voto dos pares - não há palavras que bem exprimam o meu sentimento, mas tento:

- valeu a pena persistir no sonho apesar de todas as opiniões contrárias à minha escolha de formação;

- valeu a pena exercer a atividade em cada cargo ocupado - mesmo com outros nomes - e fazer valer o nosso Norte: procurar inegociavelmente a harmonia;

- valeu a pena ser grato à formação que tudo me trouxe - e comemorar intensamente os meus 30 anos de formado, no ano passado, com o lançamento do livro sobre os "4 Rs" das Relações Públicas e a entrega ao mercado (organizações, colegas profissionais e estudantes) do website www.rrpp.com.br e os vídeos didáticos que explicam as 16 táticas - em que os 4 Rs se subdividem - das "Relações Públicas Plenas".

Certamente, esse mix de esforços de toda uma vida de trabalho - e mais as sete viagens pelo Brasil, em 2012, que o lançamento/comemoração me proporcionaram - é que levou-me a ser presenteado pelos colegas, pelos alunos a quem dediquei 80% desses 30 anos, e por pessoas generosas do mercado que votaram.

A todos agradeço muito, e com mais trabalho prometo reiniciar a contagem para os próximos 30 anos. Vem aí, ainda este mês, o Observatório da Comunicação Institucional, uma iniciativa sem fins lucrativos, também entre pares queridos, que quer doar, doar e doar, todo um conhecimento acumulado e o grande entusiasmo pela profissão herdado dos mestres maravilhosos que tivemos, tanto na academia como no mercado.

O meu forte abraço a todos!

Vide link

terça-feira, 3 de setembro de 2013

A invasão das jaboticabas.


Assessores de imprensa, essas brasileiríssimas jaboticabas.

Em diversos comentários anteriores, aqui e em outros ciberespaços, dediquei-me a demonstrar que assessoria de imprensa - essa invenção brasileira - tem mais efeitos deletérios que serviços prestados à cidadania e à própria noção do seja informação. Acesse aqui uma delas.

A difícil e nobre tarefa de formar relações-públicas na graduação (a que dediquei-me por 24 anos) e jornalistas, na pós-graduação (a que dedico-me há mais de uma década), fica ainda mais complexa porque a mídia - justamente o locus, a arena, do exercício dessas profissões, não abre espaço para o tema... mídia. Isto porque vivemos, no Brasil, desde 1962, um genuíno "coronelismo midiático" (mais adiante descubra o porquê).

Agora, hoje mais precisamente, uma nota "perdida" na coluna "Panorama Político", de Ilimar Franco, n'O Globo (página 2), vem em meu socorro, narrando episódio exemplar da inversão de valores em que se transformou o toma-lá-dá-cá entre "quem é notícia" e "quem difunde notícia".

À íntegra da nota [os colchetes, meus, fazem-se necessários]:

No ar o plantão da madrugada

O Senado se rebelou ontem contra os assessores [de imprensa] que dirigem a TV Senado. Estes decidiram reprisar as sessões da Casa depois da meia-noite [ou seja, no dia seguinte], exibindo no horário nobre programas estrelados por seus jornalistas. Roberto Requião perguntou: "De quem é a TV? É dos jornalistas que nela trabalham?". Pedro Taques sentenciou: "Não cabe a eles decidir o que será transmitido". Randolfe Rodrigues definiu: "Impensada decisão". Álvaro Dias protestou: "Não é de madrugada que a população poderá nos fiscalizar". Paulo Paim resumiu: "Jogar para depois da meia-noite? Aí, não dá!". Eles querem que a Mesa coloque ordem na TV institucional do Senado e dos senadores.

É claríssimo! 

Um fato grave que só um bom jornalista sintetiza numa nota e tem a coragem de assinar. Eu mesmo, nesta madrugada, só em torno de 3 horas da manhã, é que pude ver com meus próprios olhos a aprovação da medida que estende os efeitos da Lei da Ficha Limpa aos assessores dos gabinetes senatoriais.

E não é que na mesma edição de hoje, d'O Globo, na página 19, Zuenir Ventura - decano da profissão, talvez num surto da febre JB - desautorizou todos os seus colegas de redação postos, há já uma semana (veja aqui), a desqualificar a entidade "mídia NINJA"?

Escreveu o mestre Zuenir Ventura: 

Os Ninjas (sic) não inventaram o jornalismo e também não vão acabar com ele. A seu favor, porém, o fato de que, apesar dos possíveis equívocos e da inocente presunção, eles tiveram o mérito de fazer com a imprensa o que as manifestações fizeram com a política: refletir sobre si mesma. Um pouco como esses novos atores da cena nacional fizeram ontem [na Casa do Saber, que agora é de propriedade d'O Globo] com este velho jornalista - ou "pós-jornalista".

E matou a charada: "pós-jornalismo". 

Algo que veio para ficar, sobretudo pós-tecnologias telemáticas acessíveis a todos. Nada mais será como antes. E não fora o próprio jornal O Globo que criara o "Eu-repórter"? Estimulando qualquer pessoa a fazer sua reportagem sobre os fatos que testemunha?

Pobres coleguinhas. Agora ganharam mais esta concorrência - a de qualquer um. E pobres leitores, pois lerão, assistirão e navegarão matérias sem apuração, sem contraparte, sem ética profissional.

O jornalismo já perdera a prerrogativa de exigir diplomas universitários de seus candidatos a praticantes, não tem um código de ética com força de lei porque os patrões emprenharam-se no lobbying contra a criação de Conselhos Profissionais (Federal e Regionais) para os jornalistas e, agora, repórteres e redatores experientes perdem lugar - porque "caros" - para neófitos pinçados na parentela dos donos dos veículos, de norte a sul do Brasil... Lamentável.

Por isso tudo é que o Observatório da Comunicação Institucional apoia as seguintes causas do jornalismo brasileiro:

- Pela restauração da exigência de diploma de nível superior para o exercício do jornalismo;

- Pela criação do Conselho Profissional da classe;

- Pelo estabelecimento do novo marco regulatório da comunicação no Brasil, já podre de velho pois que de 1962.
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