COMPOSTO "4 Rs" DAS RELAÇÕES PÚBLICAS PLENAS

COMPOSTO "4 Rs" DAS RELAÇÕES PÚBLICAS PLENAS

quinta-feira, 30 de outubro de 2014

Sobre instituições.

Para aqueles que já ultrapassaram a dificuldade - real - de compreender o que é a tal da comunicação institucional, principal valor, disciplina e sustentáculo da profissão de relações-públicas no Brasil.
 

INSTITUIÇÕES - repito isto há 29 anos, em aulas, palestras, bancas examinadoras, livros e vídeos - não são paredes de tijolo e massa (como as da Catedral da Sé, as da UFRJ e as da USP), ou de concreto, aço e vidro (como as da Catedral de São Sebastião ou as da UERJ). Instituições não são plantas industriais (como as da CSN e Nestlé), frotas de aviões ou caminhões (como as da Gol e da Itapemirim), ou redes de lojas (como a Casas Bahia ou Ponto Frio). Instituições não são nem sistemas de "big data" (tais como Google e Facebook).
 

MARCAS, como as mencionadas entre os parênteses acima, DESIGNAM organizações - que podem vir a tornar-se instituições (cito como fonte, aqui, a grande obra "Feitas para durar", de Collins & Porras, 1994). Designam, sim, organizações, mas também NÃO O SÃO, igualmente, os seus prédios, suas fábricas e seus equipamentos.
 

ORGANIZAÇÕES (e instituições), são, sim, PESSOAS reunidas sob um objetivo comum. Esta é a primeira lição dos cursos de Administração. E por isso a "gestão de pessoas" tornou-se, HOJE, "a" disciplina-chave da área. Trata-se de atrair e reter talentos, pois tais PESSOAS são também o centro de outro termo muito usado na atualidade - a INOVAÇÃO. A permanência das pessoas e, também, de visão e valores (a missão costuma mudar mais frequentemente) depende unicamente de GENTE.
 

SE A EMPRESA Chocolates Kopenhagen existe desde 1928, é porque pessoas assim o quiseram. Pedro Amadeu Dos Passos fundadores aos atuais proprietários da marca, passando por gestores, "gourmets" e funcionários - todos foram - e são - responsáveis por reconhecimento, relacionamento, relevância e reputação dos produtos e serviços da empresa nestes últimos 86 anos. E é de se supor que a solidez buscada e mantida por todos que compõem a organização possa levar a Kopenhagen a mais 86 anos de trajetória. Isto faz a diferença. A ponto de podermos afirmar que a Chocolates Kopenhagen é das poucas organizações genuinamente brasileiras que - não sendo do Estado - alcançaram o patamar de instituições.
 

MAS ESTA É OUTRA HISTÓRIA... que Jim Collins manteve-se contando em seus - também ótimos - "Feitas para Vencer, 1998" e "Vencedoras por opção, 2012". A questão, aqui e agora, relaciona-se com a minha profissão e área de formação, as Relações Públicas.
 

RECONHECIDAS em todo o mundo por constituírem práticas "de ponta" em TODAS as esferas (pública, privada e do terceiro setor), no Brasil, "por opção" (citando Collins), as RRPP foram objeto de uma aglutinação de idealistas (ABRP, 1954) que deu tão certo que guindou a instituição, aos seus - apenas - 12 anos de vida, a constituir-se base para a criação do Sistema Conferp-Conrerp, dando-nos a condição de profissão regulamentada - algo que muitos querem mas que, sem "corpus" institucionais (pessoas aglutinadas, interessadas, apaixonadas, dedicadas, obstinadas) claudicam no Congresso Nacional há anos. Algumas, há décadas ("lobbying", por exemplo, vaga penando desde 1978).
 

FUI APRESENTADO ontem, aqui na 1a. Região (estado do Rio de Janeiro), à estratégia estabelecida pelo Conferp para tratar da famigerada "flexibilização da concessão do registro profissional de relações-públicas a não bacharéis em RP". Respeito - porque elegi, regional e nacionalmente - aqueles que estão com o "pulso" da área na ponta dos dedos, mas discordo diametralmente do encaminhamento proposto - o qual coloca em alto risco a manutenção da profissão regulamentada num momento em que o próprio MEC retira as amarras que inspiraram a Carta de Atibaia, tornando-a, ela sim, ultrapassada.
 

LEI É PARA SER CUMPRIDA. E por GENTE que vê valor nisso. Lei não precisa ser "nova", como ouvi na reunião de ontem. Nesse caso, "antiguidade" é valor; a constituição dos Estados Unidos tem mais de 200 anos e funciona. A do Reino Unido, então, tem o dobro dessa idade - funcionando melhor ainda que a estadunidense. E não é pecha ter sido criada na ditadura - como também ouvi. Na ditadura foi criada a maioria das profissões regulamentadas do país, inclusive as de jornalista, publicitário e administrador. Nossa origem é, sim, a ABRP!
 

NÓS, ERREPÊS, precisamos nos posicionar URGENTEMENTE quanto a isto. A omissão - marca maior de nossa categoria (o que tem levado a chapas únicas nas eleições para Conselhos Regionais e Federal, sempre criadas com muita dificuldade, em todo o Brasil) é a fonte desse estado de coisas - e justamente no ano em que se completam 100 anos da atividade!
 

AS FORÇAS LEGÍTIMAS que vêm, não do topo, mas da base do edifício da nossa área - cada vez mais reconhecida como "de elite" no contexto organizacional - precisam posicionar-se e trabalhar para evitar um fim melancólico, por inanição, ou desuso - para citar Lamarck (como, aliás, citei numa das audiências públicas - cujo vídeo está a seguir). Seria mais digno "plebiscitar" os registrados, censitariamente, pela manutenção ou extinção da profissão regulamentada... sobretudo se é verdade para a maioria o que também ouvi, ontem - que os registrados o são SOMENTE por que é obrigatório.

MINHA POSIÇÃO INDIVIDUAL - e "institucional", no OCI (do "alto" de seus 21 meses de vida) é pela manutenção de tudo como está e por assumirem os Conselhos Regionais e Federais PESSOAS realmente interessadas em trabalhar por aquilo que são e que se esforçaram para ser, relações-públicas, e não por interesses de terceiros.




MEMÓRIA. Terça-feira, 22 de julho de 2014. Do RPitacos
Meu posicionamento público sobre a chamada "abertura" da profissão de Relações Públicas
Por Manoel Marcondes Neto

Em 17 de julho último, pus o ponto final em um capítulo preparado especialmente para um livro de colegas relações-públicas, a quem muito agradeço pelo convívio e convite. Coube-me contar a pesquisa - ainda inédita - entre 100 executivos NÃO relações-públicas (por formação ou exercício), em SP, RJ e MG, a qual encerrei em 2012 e que gerou o "composto dos 4 Rs das Relações Públicas Plenas", publicado ainda naquele ano (vide este link), sem os resultados do levantamento, pois ainda estavam sendo tabulados (serão incluídos na próxima edição, completa), para comemorar meus 30 anos de formado. 

Revendo tudo aquilo, relembrando os riquíssimos debates que tínhamos no Conrerp1 (2010-2012) sobre a profissão, a formação, o passado obscuro e o futuro luminoso das Relações Públicas no Brasil, a ausculta pública sobre "flexibilização" que nos extenuou (vide este link), e os rumos dados (ou não dados) pelo Conferp até aqui sobre a questão; apesar da fama de "quadrado" - uma chefe querida me dizia que a cabeça é redonda para podermos mudar de opinião -, mudei minha convicção e sou: 

(1) pela manutenção da Lei 5.377/1967; 
(2) pela devida fiscalização do exercício profissional pelo Sistema Conferp-Conrerp - missão indesviável de toda e qualquer profissão regulamentada -;
(3) por sua efetiva defesa como marco regulador para a comunicação de caráter institucional no Brasil, ainda mais diante das novas diretrizes curriculares nacionais para o bacharelado, as quais reconheceram, finalmente, a especialidade e a especificidade de nossa formação/profissão - em linha com o resto do mundo (que, simplesmente, chama relações públicas de... relações públicas). 

#RP_NELES!
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