COMPOSTO "4 Rs" DAS RELAÇÕES PÚBLICAS PLENAS

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quarta-feira, 23 de setembro de 2015

Declaração de Entusiasmo A Quem Interessar Possa!


Jamais concordei tanto com um texto (veja o original, a seguir). Ainda mais na seara da minha profissão.

Tendo sido secretário-geral (aquela função considerada "para chatos", que ninguém quer, que quase todos execram porque "madrinha da fiscalização" e de toda a parafernália legal dos Conselhos Profissionais) muito escrevi, e falei, sobre essa questão "existencial" da autarquia e, também, sobre como exercer tal função fiscalizatória num país tido como leniente, malemolente, simpaticão, corrupto e venal, na base do que O Globo apelida de postura "... ilegal, e daí?".

E mais! ... Tentando convencer detratores mil (muitas vezes com razões para reclamar - boletos que não chegaram, erros no cadastro, cobranças indevidas...) de que ter profissão regulamentada - apesar de todas as obrigações, burocracia e aparente "complicação" ou "arcaismo", é... vantagem, privilégio, distinção! Sofre-se muito...

Mas não se deve perder o rumo do nível de civilização e de sofisticação que a nossa formação/profissão requer - tanto que a melhor explicação para compreendê-la em um vocábulo é "ombudsman"... nossa "matriz" sueca. Façamos, sim, a nossa parte nessa caminhada civilizacional do Brasil - e a comunicação institucional é mister importante demais para ser deixado nas mãos de quem engana já ao apresentar-se dizendo que é o que não é.

Encampo cada letra, vírgula e espaço da mensagem acima e auguro êxito aos futuros conselheiros, tanto federais quanto os regionais que também estão se apresentando para a liça. Repito: nunca foi feito este tipo de discurso-compromisso, pelo menos desde que registrei-me como estudante, ainda na década de 1970!

Não estou cabendo em mim de tanta satisfação! Desculpem-me a prolixidade.

Manoel Marcondes Machado Neto.

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O TEXTO ORIGINAL - CHAPA RP BRASIL - ELEIÇÕES CONFERP 2015

Por um Novo Conselho de Relações Públicas!

Muitos Conselhos Profissionais sofrem de grave crise de identidade. Como consequência, onde poderia haver certeza e segurança no agir, impera a dúvida e o acanhamento frutos de uma timidez absolutamente dispensável. Por culpa disso, justificadamente, a pergunta dos profissionais é sempre a mesma: Conselho Profissional para quê? Os Conselhos Profissionais precisam saber responder essa pergunta mais que qualquer outra. E para fazê-lo, precisam saber de si mesmos, conhecerem-se a si mesmos, saberem para o que vieram e aquilo que podem ou não fazer. Noutras palavras: precisam, urgentemente, livrar-se da crise de identidade que lhes atrai dúvidas, timidez e a inação dos que sofrem de complexo de inferioridade.

Os Conselhos Profissionais agem na defesa da sociedade, do interesse público e da valorização do profissional. Quando orientam os profissionais à prática do bom exercício (às boas práticas exigidas dos profissionais), fazem-no para coibir as práticas ruins que colocariam em risco a boa imagem de toda classe profissional e a segurança do cidadão e da sociedade em geral. Quando denunciam ao Ministério Público a oferta de serviço pelo leigo (exercício ilegal da profissão), fazem-no para valorizar e proteger o profissional, o técnico habilitado, o único suficientemente capaz de ofertar serviço seguro à sociedade.

Sem os Conselhos Profissionais, o mau profissional estaria livre para denegrir a imagem de todos os seus pares, obrigando os bons a compartilharem a má fama dos maus. Sem os Conselhos Profissionais, o leigo disputaria o mercado com o técnico, enganando a sociedade ao fazê-la contratar serviços desqualificados, perigosos e de má qualidade. Os Conselhos Profissionais são, por consequência, Polícia das Profissões. Eles orientam e fiscalizam em favor do interesse público, para proteger e servir a sociedade em geral, valorizando os profissionais e combatendo o exercício ilegal da profissão praticado por leigos.

Ademais, essa atividade de interesse público que pressupõe a orientação e a fiscalização do trabalho, dá-se através dos próprios colegas de profissão (Conselheiros eleitos por voto obrigatório e secreto, sem direito à remuneração). Somam-se, a estes, os agentes fiscais, dotados do poder de polícia, e os funcionários contratados mediante aprovação em concurso público. Por culpa de exercerem função típica do Estado, que lhes é delegada sem qualquer repasse ou auxílio financeiro do Governo, os Conselhos Profissionais sustentam-se através da arrecadação de anuidades, cuja natureza é tributária e o pagamento obrigatório a todos os profissionais.

Nas democracias, a garantia de liberdade depende sempre da nossa eterna vigilância. A sociedade com que sonhamos não está pronta, mas sim inacabada, em eterna construção. Ela não difere da vida que vivemos, onde o horizonte nos foge sempre na mesma velocidade com que avançamos em sua direção. Por isso, nas democracias, o direito de se omitir não cabe a ninguém (a nenhum de nós!). O ideal seria que todo profissional se voluntariasse a ser guindado a Conselheiro. No entanto, a vida é feita do possível, quase nunca do ideal. Assumir gratuitamente esse encargo, de integrar um Conselho Profissional na defesa da sociedade, do interesse público e da valorização dos colegas, é ato de cidadania. Ele recria a cena sagrada da Grécia Clássica, democrática, onde o cidadão comum era chamado na praça pública para subir à Acrópole, para ir governar: administrar o bem público com responsabilidade, fazer leis valorosas aos cidadãos e julgar seus pares com imparcialidade e justiça. Eis o que faz o profissional que é guindado à condição de Conselheiro: gesta a renda pública (anuidades), elabora as leis (Resoluções) e julga os seus pares (realiza os julgamentos éticos-disciplinares).

No Brasil atual, de desafios e complexidades tão evidentes, a maior carência é justamente a dos bons exemplos. Ao mesmo tempo, qual brasileiro honesto seria pobre o suficiente a não poder ofertar um único bom exemplo nas vinte e quatro horas que somam um único dia? Nenhum! Iniciemos por nós mesmos, profissionais das Relações Públicas: um único e bom exemplo diário. Cada um ao seu modo e tempo, cota mínima de um único bom exemplo por dia! Já é um começo. Não precisamos mais que isso, desde que se comesse, agora.

Por um Conselho Profissional de Relações Públicas sem crise de identidade ou complexo de inferioridade, seguro de si na defesa da sociedade, do interesse público e da valorização do profissional. Eis aí o nosso horizonte, a fugir de nós e a nos impelir a corrermos para tomá-lo de assalto. Uma passada decidida e veloz, porque a sociedade que sonhamos para nossos filhos não pode ser diferente daquela que desejamos para nós mesmos agora, neste exato momento, já!

Contem com a gente, todos vocês, colegas profissionais das Relações Públicas.

Acredite em você que assim acreditaremos na gente!
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